#AmoRodeio

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Nas últimas semanas, alguns “gênios de plantão” resolveram apontar suas metralhadoras giratórias para um único alvo: o rodeio. E foram longe, pedindo a extinção das competições do gênero, coisa que já acontece em alguns municípios do país, de forma bastante isolada.

A visibilidade causada por Barretos – que inclusive ganhou o título oficial de “Capital Nacional do Rodeio” na semana passada – foi um dos motivos do levante. Associações e organizações não governamentais clamaram pelo fim do rodeio, alegando maus tratos aos animais. O sacrifício de um bezerro, após incidente na modalidade bulldog, durante a 56ª edição do tradicional rodeio, foi o estopim da crise.

Qualquer discussão, desde que seja em bom nível, deve ser respeitada, e pode até ser saudável. Concordo que as montarias devem ser regulamentadas e acompanhadas por profissionais e entidades competentes, o que ocorre na maioria dos rodeios que acontecem no país. E defendo a ideia de que aqueles que não seguirem as regulamentações devam ser punidos. Não é o caso de Barretos, obviamente, uma das maiores vitrines da América Latina.

Mas o que mais assusta é a veemência dos ataques, como se o rodeio fosse o grande responsável pelas mazelas deste país. É como se tudo funcionasse na mais perfeita ordem no Brasil. O que está dando errado, seria corrigido com a proibição do rodeio. Na cabeça de alguns, parece até que temos segurança, transporte, saúde e educação em dia. Ainda temos analfabetismo, fome e corrupção recorde, mas o tema não merece tanto destaque quanto o rodeio.

O rodeio é uma realidade dentro e fora do país, reconhecido como esporte. Estados Unidos e Canadá, países mais evoluídos, sem qualquer sombra de dúvida, são palco de rodeios seculares. E atletas brasileiros competem nessas arenas, levando nossa bandeira – de maneira positiva – para o mundo. Nossos cowboys são referência internacional quando se fala na competição.

No Brasil, as festas de peão trazem enormes benefícios para os municípios e região onde são realizadas. São empregos diretos e indiretos e entretenimento para a população, Os rodeios movimentam setores de hotelaria, bares e restaurantes, e são responsáveis hoje pela grande maioria dos compromissos assumidos por artistas (sertanejos ou não), em sua agenda de shows. Empresas responsáveis, reconhecidas internacionalmente, associam seus nomes e patrocinam estes eventos.

Barretos, segundo a organização, repassou R$ 3 milhões ao Hospital do Câncer da cidade, referência no tratamento da doença. Atitude a ser enaltecida, e copiada por outros setores da sociedade.

Ninguém em sã consciência defende maus tratos a animais. Se há erros, cabe discussão e vigilância, para que sejam corrigidos, mas sem atitudes extremadas.

Acabar com este tipo de evento, bandeira que está sendo levantada por alguns setores e políticos inclusive, cheira a oportunismo e hipocrisia pura. Até aí nenhuma novidade.
Entre acabar com o rodeio e a hipocrisia – infelizmente – a primeira alternativa parece ser o caminho mais fácil para grande parte da nossa sociedade.

Carlos Guerra / Porteira Brasil

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Sobre o autor

Fundador do BullRiding, designer gráfico e jornalista, apaixonado por rodeio e principalmente as montarias em touros. Desde os primeiros passos, já frequentava as principais festas de peão do Brasil. MTB: 69.959/SP - contato@bullriding.com.br

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