Começando uma nova vida na América

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Wesley Lourenço e Rubens Barbosa são dois competidores que não ouvimos muito a seu respeito. Ambos são do Brasil e não falam Inglês. No entanto, eu tenho um bom amigo, David Brito, que concordou em traduzir para nós para que pudéssemos aprender um pouco mais sobre estes dois grandes peões.

A maioria conhece Wesley Lourenço como o jovem que veio pela primeira vez para os EUA no ano passado para participar da Final Mundial da PBR. Ele chegou aqui e impressionou bastante: montou em 4 de 6 touros na Final, incluindo uma montaria de 90,50 pontos no Touro Unabomber no Short-Go. Wesley teve um excelente desempenho e terminou em 3º lugar na Final Mundial!

Rubens Barbosa é um dos mais novos brasileiros a montar na BFTS. Ele está nos Estados Unidos a cerca de dois meses, e está trabalhando duro para se adaptar ao seu novo ambiente.

Ambos os peões estão morando aqui nos Estados Unidos, na cidade de Decatur, no estado do Texas. Embora eles estejam muito animados de estar aqui, ambos sentem falta de suas famílias no Brasil. Rubens tem uma esposa e uma filha de seis anos, seus pais, três irmãs e sete irmãos, todos no Brasil. Quando eu lhe perguntei se era difícil ficar aqui com sua família inteira no Brasil, ele respondeu: “Sim, é muito difícil. Eu falo com minha esposa todos os dias pelo telefone. Somos muito ligados um ao outro, por isso é muito difícil ela estar lá e eu aqui. Perguntei a Rubens se ele estava pensando em trazer sua família aqui para os EUA. Rubens respondeu: “Se Deus quiser, sim. Se isso estiver nos planos. Meu objetivo é me adaptar bem o suficiente para montar touros americanos, e trazer minha família pra cá. Se eu tiver que voltar, então eu voltarei”.

Wesley tem 20 anos e é o caçula de quatro filhos, ele tem dois irmãos e uma irmã. Sua família e sua namorada ainda vivem no Brasil.

Uma coisa que Rubens e Wesley têm em comum, é que ambos têm um irmão que também é um competidor de montarias em touros, e estão aqui no Brasil. No entanto, nenhum tem mais competidores em suas famílias.

Rubens cresceu em uma fazenda, e trabalhou com bezerros. Quando se mudou para a cidade, ele viu seu primeiro rodeio, e pensou “é o que eu vou fazer em casa para se divertir”. “Então, eu tentei, adorei, e eu tenho feito desde então. Eu tinha 10 ou 11 anos quando eu montei meu primeiro touro, e me tornei profissional há seis anos”.

Wesley disse: “Quando eu era pequeno, eu tinha vontade de montar em touros, então aos 10 anos, eu já estava tentando. Aos 16 anos eu virei profissional, e aqui estou eu na PBR”.
Perguntei ao Rubens e ao Wesley quais são as diferenças entre montar no Brasil e lá nos EUA. Wesley disse: “Há um monte de diferenças”. Mas, principalmente, os touros no Brasil são um pouco mais fáceis. Os touros aqui são mais complexos, nas saídas que eles têm. Ele acrescentou: “Os touros no Brasil são maiores e mais lentos”. Para comparar os touros brasileiros com os touros americanos ele disse: “quando um touro americano roda duas vezes, seria o equivalente a uma volta para um touro do Brasil”.

Rubens respondeu que “a PBR no Brasil é muito boa, mas a PBR nos EUA é muito melhor”. Os fãs me tratam melhor. Estou sendo muito bem tratado aqui. O dinheiro é obviamente melhor. Eu gosto mais daqui. Ele acrescentou que “o Brasil é, obviamente, o meu primeiro amor, mas estando nos EUA, eu posso ver como é fácil se adaptar”. “Eu posso ver como uma família poderia ajudá-lo, e realmente fazer o bem e prosperar aqui”.

Sabemos que os dois têm que viajar muito por aqui para chegar a todos os eventos. Perguntei se ele Wesley viajou muito no Brasil para ir de um evento a outro. Ele respondeu: “No Brasil, os rodeios são muito mais próximos uns dos outros por isso é mais fácil para ir de um ao outro. Às vezes você tem que pegar um avião, ao contrário da aqui, onde tudo é do outro lado do país. No Brasil, todos vão de carro ou em caminhonetes e dificilmente alguém vai de avião. Aqui é exatamente o oposto. Os eventos que você pode ir dirigindo, estão longe, e nos outros você tem que pegar um avião”.

Estive em outros países, e a comida é sempre uma coisa importante para mim. Então eu perguntei o que eles pensavam sobre a comida americana. Ambos, Rubens e Wesley, disseram que sentem falta dos alimentos brasileiros. Quando perguntei o que eles mais sentiam falta, ambos responderam “feijão preto e arroz”. Wesley disse que sua comida favorita no Brasil seria feijão preto, arroz com um pedaço de bife, e ovo. “A comida que eu como no Brasil eu acho que é mais nutritiva”. Isso me dá mais força. “Wesley disse que ele realmente gosta de comer salada e molho ranch aqui, porque ele não consegue achar molho ranch no Brasil.”

Rubens disse que prefere comida brasileira. “Fui criado em uma fazenda, e eu estava acostumado a comer feijão e arroz.” Rubens e Wesley disseram que eles comem muita comida mexicana aqui.

Como todos sabem, as lesões fazem parte da montaria em touro. Rubens teve várias. Ele disse: “No ano passado eu quebrei o meu rosto em 12 lugares. Tenho placas de titânio. Eu quebrei minha perna em uns quatro lugares diferentes. Eu fui atingido”.
Wesley acaba de retornar de lesões que sofreu no evento da PBR em Chicago, em março deste ano. Eu perguntei como ele estava se sentindo. Wesley disse: “Minha cabeça ainda está um pouco fora, mas estou caminhando devagar. Eu quero fazer o melhor que eu posso aqui, porque aqui é onde eu quero passar o resto da minha vida. Se tudo der certo, vou levar minha família para os EUA”.

Ambos, Wesley e Rubens, só têm elogios a fazer sobre os fãs. Perguntei a Wesley como os são os fãs dos EUA em comparação com os do Brasil. “Os fãs aqui são muito melhores. É o reconhecimento instantâneo, no Brasil eu realmente não vejo isso. Isso me assustou a primeira vez em que estive aqui, e vi o que era um evento da PBR, que o povo te ama por quem você é. Eu adoro, adoro que as pessoas reconheçam o que estou fazendo”.

A primeira experiência de Rubens em um evento da PBR foi muito similar. “Achei extraordinário. No Brasil os rodeios são sempre em arenas abertas. Quando eu cheguei aqui e vi que era em uma arena coberta, isso meio que me assustou um pouco, vendo o espetáculo e toda a produção. Fiquei impressionado, mexeu com a mente! “Quando lhe perguntei o que ele pensava sobre os fãs, e os autógrafos ele disse:” Eu acho que é fascinante. Eu uso isso como uma força, e sei que existem pessoas lá fora, torcendo por mim. Eu as abraço. Eu quero fazer o certo pelos fãs”.

Eu tinha apenas algumas experiências em países estrangeiros, onde tentei me comunicar com pessoas que falavam uma língua diferente de mim. Wesley e Rubens lidam com isso diariamente. Rubens disse que “é frustrante, a barreira do idioma. Estou ansioso para aprender a falar inglês para que eu possa responder corretamente a alguém e dizer obrigado, e também, não tem problema”. Wesley disse que “eu tento ir junto com os outros. Neste momento estou mais preocupado com montar touros. Depois que eu vou aprender Inglês”.

Perguntei tanto a Wesley e a Rubens se havia alguma coisa que gostaria de compartilhar com os fãs. Wesley disse que “Isso é maravilhoso. Eu amo isso aqui nos EUA. Ser um competidor aqui é como ser uma estrela de futebol no Brasil. Eu só acho que a maneira como os fãs me tratam, e todos os outros, é algo que eu nunca poderia ter imaginado que fosse possível”. Rubens disse: “Primeiro eu gostaria de agradecer a Deus por me guiar para ser capaz de chegar aqui nos Estados Unidos, e ser capaz de realizar um sonho ao longo da vida para vir para os Estados Unidos. Gostaria de agradecer minha família pelo apoio e incentivo que me trouxe até aqui. Muito disso vem dos meus próprios méritos, mas o apoio e amor de todos em torno de mim me levou muito mais longe”.

Mesmo eu não podendo entender suas palavras, exceto através do intérprete, eu achei Wesley e Rubens, duas pessoas muito agradáveis, eles tem um amor genuíno ao esporte, a valorização dos fãs e as oportunidades que eles têm aqui nos Estados Unidos.

Eu quero agradecer a David Brito, que traduziu tudo para mim. Eu não poderia ter realizado essas entrevistas sem a sua ajuda.

Por Tammie Webster

Traduzido por BullRiding.com.br

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Sobre o autor

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